quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que é confuso

E não tente entender. É tudo confuso e está em mim, não cabe em você.
 Pode ouvir? Não. Pode ver? Não. E tocar? Com certeza não.
Prendo o meu cabelo e coloco a mão sobre o meu peito que está chiando, sim, eu sinto os primeiros sintomas da angustia. Eu sinto os dedos se atracarem no meu peito em uma involuntária saída.
Não se tenta parar o que corre em sua direção, ou você corre junto ou, se mantém parado e reza para não ser atingido.
Consigo ouvir a chuva. Eu sei, aqui dentro não faz sol. Nunca fui primavera como agora, mas o inverno eu conheço bem. Estou transbordando e essa maré viva que me tornei me sobe pela traqueia e me bloqueia a voz. Como eu posso estar queimando, se ainda me sinto afogar?
Estou tentando ouvi-los, estão abafados e são muitos ao mesmo tempo. Mas o medo é o mais alto, é o que mais faz barulho. E eu estou ouvindo ele agora.
Me desculpa, algumas lágrimas irão cair por aqui agora, mas, outrora eu volto com outra companhia, ou a alegria ou a dor.
Meu paladar experimentou uma vez tudo isso e olha só, a solidão pela primeira vez, me pareceu uma saída tão só.

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