quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ser Casa

As pessoas são casas de sentimentos. E o mundo é um grande condomínio residencial. Não existem edifícios, as casinhas são todas na horizontal. Em algumas você entra pois o jardim lhe chama atenção, mas, você não consegue ficar porque o interior é muito bagunçado e o mofo já tomou conta das paredes que não podem mais ser restauradas. E há aquelas que o jardim está morto e a vizinhança diz que está abandonada, e, quando alguém resolve explorar o seu porão, descobre que lá existem paredes muito sólidas e uma chaminé capaz de aquecer mais de um ambiente. E então você descobre que embora algumas casas contenham muros, as vezes ultrapassá-los é o que impede que toda a arquitetura perca toda a beleza. Porque toda casa é bonita. Mas nem todas, são aconchegantes.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Linha

Existe uma linha tênue sobre os meus pés.
Minha sanidade nos meus calcanhares,
As vozes no dedinho do pé.
Se paro, caio pra algum lado;
Se sigo me perco;
Se volto, não parece certo.
Como manter o controle se tudo o que eu quero é correr pra longe?
Tenho controle sobre os meus pés,
Mas não sobre a minha direção.
E que diabos adianta ter como ir, se não sabe-se pra onde ir?
Então devo me arriscar? Ou parar por aqui?
Cada coisa a ser feita terá um peso sobre mim,
Cada ferida aberta será uma nova cicatriz.
De onde eu tiro tanto medo?
Por que a vida tem que ter tantos segredos?
Vou ficar por aqui, afinal ou caio,
Ou a linha irá partir.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Insistir

Eu escolho escrever nossa historia
Começo com algumas linhas
Onde cito o quanto sorrio do seu lado.
Na praia andamos de mãos dadas
E os pássaros voam com total liberdade
Mas não te sinto mais.
Onde você foi?
Do que se tornou capaz?
Por que nos seus olhos azuis eu juro ser capaz de acreditar
Mas quando você os fecha, posso me ver sangrar.
Foi tudo mentira?
Ja foi real?
Quando te puxam o tapete mais de uma vez
Você anda sobre cacos de vidro
E nem o que foi vivido lava a alma.
E por que não desisto?
Por que não sigo em frente?
Eu não consigo controlar o volume da minha mente.
Me pergunto quando isso acaba
Ou se acaba.
Enquanto isso continuo insistindo
Em querer andar de mãos dadas.
Em acreditar que o que eu escolhi
Vai ser o suficiente pra mim
E me apego ao que no começo te vi sentir.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Fui tempo, serei eternamente lento

Eu te vi sentada e você chorava
No último degrau daquela escada;
Soluçava, cobria o rosto quando alguém passava
Mas já sabia
Que nunca adiantava;

Eu não passei rápido naquele momento
Mas acredite,
Eu ainda lamento.

Não foi fácil aceitar que eu tinha que esperar
Que você tinha que aprender,
Quando eu já conseguia ver
Que você desistia de viver;

Você não olhava em volta,
Fixava numa parte
Que você já não tinha mais,
E assim perdia
Tudo o que poderia ter sido capaz.

Mas pequena,
A vida ainda vale a pena
E apesar dessas dores
Do seu rímel no travesseiro,
E do olho inchado no espelho
Vai passar.
Porque é isso que a vida faz:
Ela passa!

Passa veloz,
Dá uma pausa;
Dá um nó,
Logo solta.

Pequena não posso te ajudar,
Mas tenta olhar pra frente
Porque por mais que o passado te atormente
O futuro lhe deseja paz.

E eu sigo na velocidade de sempre,
E espero que se atente
Ao que vai deixar escapar.
E que se lembre:
Serei sempre capaz de curar.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sinto muito, por tão pouco

Abre a palma da tua mão,
Olha em outra direção
Consegue enxergar?
O que eu te dei, você não guardou?
E o que faltou, vai sempre me cobrar?
Houve uma vida inteira,
Vários anos em que eu fingi concordar com a direção que você seguia,
Por que agora não aceita a minha?
Por que só agora está se sentindo sozinha?
Eu trilhei um caminho na minha mente
E nele você estará sempre presente
Se eu te guardasse numa caixinha,
Você não gostaria;
Se eu te colocasse em uma gaiola
Te privaria da liberdade
E mesmo assim, você não seria só minha.
O mundo é muito grande,
Mas o canto que te reservei é seguro.
Desculpa se alguns oceanos em mim estão transbordando
É que sou maré viva,
Tanto volto quando vou.
Mas peço que preste atenção
E sempre lembre
Que o que se viveu não se apaga,
Mas o que vem pode nunca ser escrito.
E eu nunca gostaria de não ser mais seu amigo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Eterna confusão

E eu posso me descrever como uma eterna confusão.
Sem Caio, sem Tati, sem Clarice Falcão.

Sou triste nos meus dias felizes;
Sorrio quando cai uma lágrima.
Soletro enquanto desço a escada
Palavras que me tocam a alma.

Foi amor,
Foi verão,
Foi inverno
Bateu a solidão.

Senti falta,
Senti medo,
Sem anseio
Quis experimentar.

Mas foi maré?
Ou foi riacho?
Porque pra onde eu olho,
Não te acho.

É carência,
Ou foi competência?
Deixou um vazio,
Ou é só um espaço a ser preenchido?

Nos meus dias de domingo
Que antecedem o meu tédio
Te desenho no meu Ipad,
E sorrio porque te trago de volta
A minha porta e, a gente ri
Porque a nossa vida é tão torta

Canto escuro

Existe uma névoa, eu caminho mas ela não se dissipa.
Ela me trava, me envolve e me cega. 
Não há direção, todo canto é um borrão.
E eu posso sentir o meu coração em minha mão. 
Onde mora o medo? E tudo que eu desejo além dele, onde se esconde?
Se eu achar essa cabana e ela estiver caindo aos pedaços, posso reconstruí-la? 
Onde moro, pode ser um abrigo?
Porque em dias frios eu sinto um arrepio e não consigo dormir.
Em dias quentes eu insisto em colocar a cara pra fora da janela e o que me espera me congela. 
Eu moro num canto escuro, onde o sol me toca em faixas que a persiana distraída deixa entrar.
Aqui é frio, mas, é seguro.
É um canto escuro onde eu me escuto e emito o minimo de som possível.
Não gostaria de ser tão silenciosa, mas a minha porta estão a guardar.
Ouço vozes quando solto um sorriso e logo me torno a calar. 
Sou uma luz que poucos enxergam.
As vezes estou sólida mas o medo não permite que me achem no corrimão da escada. 
As vezes estou liquida, mas, não há sede a ser cessada; 
E é por isso que nesse canto escuro eu respiro e aguardo,
Há uma luz no seu quarto, 
Não demore a encontra-la 
Ela tem uma mente perturbada 
Mas sabe achar a saída 
Num labirinto que fica no fim dessa escada. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Encontros

Eu já disse tanta coisa, já fugi tanto do assunto.
Já brinquei e já falei sério.
Mas você dificilmente é lerdo;

Já sorri, já quase chorei.
Me angustiei e me aliviei.
Tudo isso em um segundo
Só ali, sentados juntos.

Eu gosto de te ouvir falar,
Me sinto confiável.
Eu gosto de ver você fitar o mar
E principalmente de imaginar o que você está a pensar;

Shopping, Praça;
Praia, Casas.
Já passei por aqui antes
Mas não estão iguais.

Ei, espera ai
Não é você que falta?
Que tal marcar um novo encontro?
Só não me lembre de pontos
Porque eu morreria de rir.

Eu ando sentindo a sua falta,
E ficando mais feliz
Por saber que posso matá-la.

Se você se for, vai ficar tudo bem também ok?
A gente vai continuar falando de solidão,
Pra um dia aprender a largar as mãos.

Cedo ou tarde a gente vai acabar do mesmo jeito:
Sentado rindo da sociedade que ainda acredita
Que pra aprender a amar já é tarde.

Eles se perguntam

Por que o dia todo?
Por que não só hoje? 
Ou por que não esperar por amanhã? 

Eu respondo. 

Porque o meu dia todo precisa ser salvo.
Não é só a minha manhã,
Nem só a minha tarde;

Porque eu ainda quero ouvi-lo amanhã.
Quero chamar por ele amanhã.
E principalmente porque não vou ignorar o que estou precisando. 

Que amanhã? Você sabe a face do amanhã? 
Porque eu desconheço. 
Não sei se chega, 
Não vejo formas.

É tudo cinza. 
Só há uma neblina. 
E eu estou entrando nela de mãos dadas com você.

Se algo te assustar, ou até mesmo, se eu soltar a sua mão por medo
Querido não se arrependa. 
Eu posso sentir a paz que chegará até nós 
E nunca mais iremos nos sentir a sós.

E se houver escuridão após tudo isso
Lembre-se da minha voz
E a ouça dizer que eu estaria sempre aqui por você. 

E que se um dia alguém nos alcançar 
Teremos sempre a quem lembrar.
E sorrir por já conseguir acreditar.